Tuesday, August 01, 2006

5.0 - Sumário do Capítulo

5.1 - Território e Fronteiras

Território e Fronteiras

Território

Angola é um país que está situado na costa ocidental de África a sul do equador, entre os paraleos 4° 22' Sul em Mongo e Caio Bungo, na província de Cabinda, e 18°2' Sul no Mucusso, na província do Cuando Cubango, e os meridianos 11° 41' Este na península dos Tigres , na província do Namibe, e 24° 2' Este no Alto Zambeze (saliente do Cazombo), na província do Moxico.

A configuração geral do território é de um quadrado maciço, um pouco mais comprido que largo, com uma saliente a Leste (o saliente do Cazombo), e uma reentrância na costa Atlântica a meio do território. A província de Cabinda, com uma área de 7.680 km², é um pequeno enclave separado to território principal, situado a norte da foz do rio Zaire. Cabinda tem uma linha de costa de 150 km e de 112 km de largura.

Angola tem uma área de 1.246.700 km². A extensão total das fronteiras é de 6.487 km, sendo 4.837 km de fronteira terrestre, e de 1.650 km de orla marítima, entre os paralelos 5° Sul, na foz do rio Luema em Cabinda, e 17° 30', na foz do rio Cunene.

Fronteiras

A província de Cabinda partilha fronteiras com a República do Congo (Brazzaville) a norte por 168 km, e a leste e a sul com a República Democrática do Congo (Kinshasa) por 210 km. A sul do Zaire o corpo principal do território é limitado a norte e até à metade norte da fronterira leste pela República Democrática do Congo (Kinshasa) por 2.185 km. O restante da fronteira leste é com a Zâmbia, por 1.010 km, até ao canto sudeste do território, onde passa a ser limitado pela Namíbia em toda a sua extensão sul por 1.264 km. A maior extensão linear de largura é de 1.277 km e de comprimento é 1.263 km.

A África Central

A sul do Sudão o habitat muda de savana seca e aberta para selva equatorial fechada da bacia do rio Zaire. A sul desta, o terreno sobe outra vez e dá gradualmente lugar ao planalto aberto e extenso há muito dominado pelos reinos Luba e Lunda, onde os rios correm na direcção sul-norte para confluir no Grande Rio (Zaire). Já em território angolano, o planalto ganha altitude ligeiramente para oeste e para sul, at´encontrar os contrafortes do mar, que perdem altitude bruscamente para o oceano, em forma de patamares ou plateaus que se seguem sucessivamente e dão lugar a uma estreita faixa litoral.

O Planalto Angolano

Em termos de relevo, o território de Angola lembra um prato de fundo virado para cima, reflectindo o grande plateau rodeado de cadeias de montanhas a oeste, com uma faixa estreita de patamares e planícies entre elas e o mar.

O território é em geral caracterizado pelo grande planalto interior, cortado por alguns grandes rios que aí nascem e dão origem a três grandes bacias hidrográficas, que abrabgem mais de dois terços do território.

Em termos de altitude, 82% do território é constituído por áreas situadas entre os 500 metros e os 1.500 metros. Apenas 5% da área de Angola tem altitudes inferiores a 200 metros, e 7,8% têm altitudes superiores a 1.500 metros. A zona de transição entre a planície costeira e a cadeia marginal de montanhas (de 200m a 500 m), constitui aproximadamente 5,3% do território.

5.2 Morfologia e Orografia

Morfologia Geral

O território de Angola, devido à sua extensão e localização e à influência dos rios que o atravessam, apresenta uma geomorfologia variada. Encontramos em Angola exemplos de planície costeira, zonas de transição, serras e cadeias de montanha, picos, planaltos, e grandes bacias hidrográficas, e até regiões desérticas.

A Faixa Litoral

A faixa litoral, que se estende ao longo de toda a costa de Angola, é caracterizada por planícies e terraços baixos, com cerca de 100 km de largura na foz do rio Zaire, e de 180 km de extensão na foz do rio Cuanza, tornando-se mais estreita à medida que se caminha para Sul, limitando a pouco mais de 20 km a sul de Benguela, voltando a alargar-se um pouco na orla marítima do deserto do Namibe.

A faixa litoral é caracterizada por formações sedimentares meso-cenozóicas e por rochas do Maciço Antigo. Sob a acção da erosão do curso dos rios, encontramos canhões cortados nas rochas mais duras em que os enrugamantos das formações mesozóicas deram origem a relevos costeiros nas áreas do Dondo, Capolo, POrto Amboím e Quicombo. Encontramos ainda na faixa litoral vales largos e alagados nas formações geológicas mais brandas. No litoral propriamente dito encontramos arribas e praias e algumas com muito desenvolvimento, como as restingas das Palmeirinhas, do Lobito, e da Baía dos Tigres. Mais para o interior da faixa litoral é vulgar a acumulação de detritos grosseiros.

A Zona de Transição

Entre a faixa litoral e a cadeia de montanhas paralela à costa, encontramos uma zona de transição, que é caracterizada por degraus em patamares de crescente altitude para o interior. Estes patamares são cortados com frequência por rios que correm directamente para o Atlântico, dando lugar a aberturas para o interior como resultado da erosão fluvial.

O Cordão de Montanhas

O cordão das montanhas ao longo da costa que ganham altitude à medida que se caminha para Sul. O rio Cuanza divide a zona de montanhas costeiras em duas regiões ditintas: a metade Norte com montanhas de elevação média de cerca de 500 metros, com picos atingindo entre 1.000 a 1.800 metros, e relativamente acidentada (eixo Camabatela Uíge - Bungo - Damba, na província do Uíge; e as montanhas da orla costeira a sul do Cuanza, que se erguem abruptamente na forma de grandes escarpados, chegando os picos desta cadeia montanhosa a atingir os 2.500 metros a sul do Sumbe, e os 2.00 metros de escarpados já bem a sul na região da Tndavala (Serra da Chela), a sul do planalto da Huíla.

O Planalto Interior

O extenso planalto antigo do interior, a leste da orla de montanhas paralelas à costa, constitui a grande massa do território angolano. O planalto, descendo de altitudes máximas de 2.500 a 2.300 metros nas serras altas do Lépi, Caconda e Chela, é em norma plano, descendo ligeiramente para o interior e para Nordeste, até aos cursos dos rios Cuilo e Caluango, nas Lundas, onde predomina a floresta de galeria. As extensas anharas do Moxico e as chanas das Terras do Fim do Mundo, são talvez o exemplo mais típico da extensa savana no planalto antigo interior.

O grande planalto angolano é de facto constituído por vários plateaus (Malange, Benguela, Huambo, Bié e Huíla), relativamente independentes cortados pelas bacias dos rios que correm para o rio Zaire a norte, para o Atlântico a oeste, para o Lago Etosha a sul, ou para o rio Zambeze a sudoeste.

O Deserto do Namibe

O deserto do Namibe, situado no quadrante sudoeste do território, é uma sub-região de características muito distintas, onde encontramos dunas móveis e maciços rochosos juncados de rocha devido à desagregação provocada pelas grandes amplitudes térmicas. O deserto, com uma altura média de cerca de 300 metros, alarga-se entre a costa atlântica e a Serra da Chela.

Um viajante que atravesse o território em direcção perpendicular à costa (para leste, da costa para interior) encontra primeiro uma faixa estreita de planície costeira de terras baixas que não ultrapassam os 400 metros de altitude; continuando o trajecto, sobe depois em degraus para o interior à medida que encontra uma série de patamares esteritos de altitude entre 400 metros e 1.000 metros, que se seguem de degrau a degrau; prosseguindo a travessia do território, encontra depois uma cadeia de montanhas muito altas, que excedem com frequência os 2.000 metros; até que por fim vislumbra o grande planalto angolano sem fim, que perde altitude para os 2.000 metros e 1.500 metros, à medida que caminha para a fronteira nordeste. Junto à fronteira leste com a Zâmbia, no saliente do Cazombo, o viajante vai encontrar uma zona montanhosa de extensão irregular.

Relevos Principais

Em termos de relevo, importa destacar os seguintes acidentes naturais:

- As serras da Canda e do Cusso, na província do Uíge, que separam as bacias dos rios Loge e Cuando;

- A serra do Mucaba, na província do Uíge, que separa as bacias dos rios M'Bridge e Loge (a oeste) da bacia do Zaire a leste, nas províncias do Congo e Uíge;

- A serra da Canganza, que separa as bacias dos rios Zadi e Cuílo, na província do Uíge;

- A serra de Tala Mungongo, na província de Malange, separando as bacias do Cuando e do Cuanza. O perímetro das serras da Canda, Canganza e Tala Mungongo, era em tempos antigos também designado por Montes de Cristal.

- O planalto da Lunda, que separa as bacias dos rios Cuango e Cassai, e segue na direcção norte no eixo Alto Chicapa - Cacolo - Caungulo - Camaxilo;

- As terras baixas da Lunda, que começam no Luau (Teixeira de Sousa) e alarga para Norte até à fronteira e para Leste, para além dos rios Luachimo e Lóvua, até à margem esquerda do rio Caluango;

- A Baixa do Cassange, a oeste do planalto de Malange, ao longo do eixo Quela - Bângala - Bondo - Muginga - Mangando, todos situados ao longo do curso do rio Cuango;

- O Vale do Cuanza, que começa apertado a sul de Malange e Pungo Andongo, e se alastra a oeste de Calulo, até atingir as terras baixas do Dondo, Massangano, Muxima, Calomboloca e Bom Jesus, até desaguar na Barra do Cuanza, a sul da Ponta das Palmeirinhas;

- Os montes Luvili no Cuanza-Sul separam o rio Cuanza do rio Queve (ou Cuvo);

- As terras altas do Alto Chicapa e do Munhango, onde nascem alguns dos maiores rios de Angola, a saber Cuango, Cuílo, Chicapa, Cassai, Munhango, Lungué-Bungo, Cuíto e Luando;

- A serra do Hombe, no Huambo, com alguns cones que ultrapassam os 2.000 metros, forma o rebordo ocidental do planalto; e as serras do Chilembe, Caconda e Angola, separam a bacia do Cunene da orla costeira;

- A serra da Neve, a sul de Benguela, entre os rios Caporolo e Bentiaba;

- A serra da Galangue, a norte da Huíla, separa os cursos iniciais dos rios Cunene e Cubango;

- As serras do Alto Cuanza, onde nasce o rio Cuanza, na região da Catota - Sandamba - Samacimbo - a leste do Chitembo, na província do Bié;

- Os contrafortes da Serra da Chela, a sul da Huíla, separam o planalto da orla costeira;

- O apertado vale do Cunene, a oeste e a norte das Quedas do Ruacaná, até à sua foz, servindo de fronteira entre Angola e a Namíbia;

- As extensas anharas do Moxico e as chanas das Terras do Fim do Mundo, nas províncias do Moxico e Cuando-Cubango, cortadas pelos rios que se vão juntar ao rio Zambeze, ou desaguar no Lago Etosha, no Botswana; e,

- O maciço do Cazombo, na margem esquerda do Zambeze, na região do Alto Zambeze, no saliente do Cazombo.

5.3 - Regiões Naturais

5.4 Geologia e Mineralogia

5.5 - Hidrografia

Os rios que nascem no planalto angolano e que o cortam em bacias hidrográficas diferenciadas são talvez o factor mais importante no padrão de ocupação humana das terras de Angola. A maioria dos rios angolanos nascem nas terras altas do planalto central e correm em quatro direcções disferentes:

- Para Norte, partilhando a imensa bacia do Zaire correm os afluentes do Grande Rio, como o Cuango, Cuílo, Caluango, Chicapa, Luachimo, Chiumbe e Cassai;

- Para a costa atlântica correm o M'Bridge, Lodge, Dande, Bengo, Cuanza (o maior rio inteiramente no território de Angola), Queve (ou Cuvo), Catumbela, Caporolo, Bentiaba e Curoca, a norte e a oeste do planalto; e o Cunene a Sul e Oeste das terras altas da Huíla;

- Directamente para Sul em direcção ao Lago Etosha no deserto do Kalahari, correm um número de rios de menor caudal, ou mesmo de caudal temporário, a leste da bacia do Cunene, como o rio Cariango;

- No quadrante sudeste do território de Angola, nas chamadas Terras do Fim do Mundo, todos os rios correm na direcção sudeste formando a orla ocidental da grande bacia do Zambeze. Pela sia importância devemos mencionar os rios Cubango, Cuito, Cuando, Luiana, e Lungué-Bungo, e o prório Zambeze no salente do Cazombo.

Os rios que cortam o planalto são em geral de pequeno volume e fraco declive no seu troço inicial. Contudo, ganham volume e declive depois de atravessarem as montanhas criando vales apertados antes de atingirem o litoral, sendo comuns as cataratas e os rápidos, antes de atingirem o seu troço terminal. A floresta de galeria (muxitos) é comum na maioria dos rios do planalto.

Já nas planícies costeiras, onde as àguas se juntam em maior quantidade, os rios espraiam-se geralmente por terrenos baixos, onde predominam os palmares, e desaguam em estuário. Os mangais são típicos desses estuários, onde predomina a àgua salgada.

A maioria dos rios não são própios para a navegação, quando, para além do elevado declive e da queda brusca de altitude, considerarmos o facto de que muitos deles têm volume insignificante na época do cacimbo (na estação seca o rio Cunene chega às vezes a desaparecer), e são torrenciais na época das chuvas. Por outro lado, e devido ao rápido declive, a maioria dos rios angolanos oferecem um potencial muito grande para aproveitamento hidroeléctrico.

A maioria dos rios em Angola são ricos em peixe, que era em norma capturado por pescadores artesanais e consumido localmente, com a excepção da pesca da tuqueia, que era uma actividade económica tradicional importante na bacia do Zambeze, e cuja produção era exportada para as regiões limítrofes.

Para a maioria dos rios de Angola, o seu nome é composto pelo prefixo KU, que sugere curso de àgua em movimento, sehuido da palavra banta para o seu nome local. Por exemplo, Kunene quer dizer <KU (rio) + NENE (grande)> significa rio gande para os povos Ovimbundo, Nhaneca-Humbe, Ambó e Herero. Acontece ainda que a alguns rios sejam dados nomes diferentes ao longo do seu curso, de acordo com o dialecto local de cada povo cujo território o rio atravessa no seu curso. Por exemplo, o rio Cuvo (ou Queve) é designado por Cuvo nas terras altas do Huambo, e por Queve mais a juzante e perto da sua foz.

Os principais rios angolanos são:

O rio Chiloango é o principal rio na província de Cabinda, é navegável por cerca de 160 km, desde a sua foz em Lândana até à sua confluência com o Luáli, à entrada da floresta do Maiombe, e a sua bacia hidrográfica estende-se por 5.170 km².

O rio Zaire, um dos maiores rios de África e do planeta, é apenas navegável até cerca de 150 km da foz em Nóqui. A porção da sua bacia hidrogáfica em território angolano é aproximadamente 30.050 km. Numa perspectiva histórica, o rio Zaire (ou Congo) foi o berço do Antigo Reino do Congo.

O rio Cuango nasce no Alto Chicapa (Lunda Sul) e corre na direcção Sul-Norte-Noroeste servindo de fronteira com a República Democrática do Congo (Kinshasa), e vai juntar-se ao Cassai, antes de desaguar no Zaire. O percurso do Cuango em Angols é aproximadamente 855 km, e a sua bacia hidrográfica é de 128.280 km. O Antigo Reino de Cassange e o Antigo Reino de Matamba eram situados na bacia do Cuango.

O rio Cassai nasce também no Alto Chicapa e é na margem esquerda o maior tributário do Zaire. A sua extensão total é de 1.940 km, dos quais 825 são em território angolano, servindo de fronteira para a metade norte da fronteira leste com a Republica Democrática do Congo. A extensão da sua bacia hidrgráfica em Angola é de cerca de 127.770 km². O rio Cassai não é navegável em Angola. O rio Cassai e os os seus tributários constituíram a rede de comunicações fundamental ao nascimento e expansão dos Impérios Lunda e Lunda-Quioco.

O rio Cuanza nasce perto do Chitembo, no planalto do Bié, e tem um curso de 960 km inteiramente dentro do território angolano. O seu curso faz uma grande curva para Norte e para Oeste, antes de desaguar no Atlântico a sul de Luanda (Barra do Cuanza). O Cuanza é navegável por 258 km desde a foz até ao Dondo, e a sua bacia hidrográfica é de 147.690 km². As barragens de Cambambe e de Capanda produzem grande parte da energia eléctrica consumida em Luanda. As grandes quedas de água da Calandula (Duque de Bragança) encontram-se situadas no curso médio do Cuanza. O rio Cuanza foi o berço do Antigo Reino do Ndongo.

O rio Cunene nasce no planalto do Huambo (nas Boas àguas), e corre na direcção Sul até atingir as quedas do Ruacaná, a partir de onde inflecte para Oeste até à sua foz no Atlântico. O curso do Cunene é de cerca de 1.200 km, dos quais 960 km em Angola, dos quais 190 km são navegáveis em Angola. A sua foz é por vezes não distinguível pois a infiltração é subterrânea. A bacia hidrográfica do rio Cunene é de 272.000 km², dos quais 150.800 km² em território angolano. O rio Cunene é o partilhado pelos povos Nhaneca-Humbe, Ambó e Herero.

O rio Zambeze nasce na Zâmbia a 30 km da fronteira com Angola. Entra em Angola no Cazombo num breve curso até que sai do território angolano a sul do Lumbala (no saliente do Cazombo). A sua importância em Angola é devida principalmente à sua extensa bacia hidrográfica de 1.330.000 km², dos quais 150.800 em território angolano. Todos os rios no quadrante sudeste de Angola são tributários do Zambeze. Do ponto de visa histórico, o curso inicial do rio Zambeze é importante para o povo Luena e para o Império do Barotze.

O rio Cubango nasce perto de Chicala-Tchiloango (Vila Nova) no planalto do Huambo e tem um curso de 975 km. O Cubango corre em direcção Sul até atingir Kuvango (Ganguelas, Vila Artur de Paiva) a nordeste da Huíla onde recebe o rio Cutato como afluente, e onde começa a inflectir para Leste até atingir a fronteira Sul com a Namíbia, de onde passa a servir de fronteira até ao Mucusso, nas Terras do Fim do Mundo. Parte das àguas do rio Cubango perdem-se em pântanos no Botswana. A bacia do Cubango em Angola é de cerca de 154.420 km². O rio Cubango é importante para a história dos povos Khoisan e Ambó.

O rio Cuando nasce no Alto Cuíto, no planalto do Bié, correndo para Sudeste até atingir a fronteira com a Zâmbia, de que passa a servir de fronteira até ao Luiana, entrando depois na antiga região do Barotze (na Zâmbia). O Cuando é um tributário do Zambeze, e tem uma bacia hidrográfica de 96.780 km², e um percurso de 735 km em território angolano. O Cuando é um rio importante na história do povo Xindonga.

5.6 - A Costa Atlântica

A costa angolana é em geral baixa na metade norte de Cabinda a Benguela, tornando-se muito estreita na metade sul, entre Benguela e a foz do Cunene.

Encontramos ao longo da costa algumas barras que são a base de pequenas enseadas, como a Baía do Malembo, em Cabinda, da Barra do Dande e do Bengo, da Baía de Luanda protegida pela Ilha de Luanda, da Barra da Corimba protegida pelas ilhas do Mussulo e da Cazenga.

A partir da Ponta das Palmeirinhas a sudoeste de Luanda, a costa inflecte para sudeste e logo abaixo se abre na Barra do Cuanza, mantendo a mesma direcção até à Baía Longa, a norte do Sumbe (Porto Amboím).

A partir daqui a costa avança directamente a sul até ao Lobito, onde inflecte para sudoeste formando a Baía de Benguela.

A partir de Benguela a costa torna-se estreita e árida, cortada apenas por alguns rios, como o Caporolo, Cangala, Chicoundua, Bentiaba e Giraúl, até atingir a baía de Moçâmedes.

Daqui prosegue na direcção sul-sudoeste até ao Cabo Negro, onde inflecte um pouco para sul, até encontrar Tômbua (Porto Alexandre), de onde muda para sul até à foz do Cunene, sendo apenas interrompida pela Baía dos Tigres.

Os portos principais da costa angolana são em geral protegidos por restingas arenosas, formadaspelas areias arrastadas pelos rios Cuanza (Luanda), Catumbela (Lobito), e Cunene (Baía dos Tigres), que a corrente fria de Benguela vai depositando no sentido sul-norte, paralelamente à costa.

5.7 - Clima

O clima de Angola é muito variado.

Quatro factores principais determinam o clima de Angola: A sua àrea e localização na costa ocidental da África Central, a latitude, a morfologia do terreno, e a Corrente Fria de Benguela.

Latitude e Área

Angola ocupa uma extensa àrea superior a 1,2 milhões de km² na África Central Ocidental. Em termos de localização do seu território, Angola ocupa uma faixa grande entre os Paralelos 4° 22' e 18° 2' Sul, estendendo-se portanto de perto do Equador até perto do Trópico de Capricórnio, e entre a floresta equatorial da África Central e os desertos do Namibe e Kalahari; Do mesmo modo, o território de Angola vai da costa atlântica (com a extensão de 1.650 km) até cerca de 1.250 km no interior. A sua característica morfológica mais evidente é o extenso planalto interior de savana.

Mortfologia do Terreno

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A Corrente Fria de Benguela

A Corrente Fria de Benguela é uma corrente de àguas frias acompanhadas de ventos frios que se movem no sentido Sul-Norte, e que banham a costa ocidental meridional de África desde o Cabo da Boa Esperança, passando pela Costa dos Esqueletos (na Namíbia), e pela costa de Angola, até atingir o Equador, onde vira bruscamente para Oeste para se transformar na Corrente Equatorial Sul. A Corrente Fria de Benguela tem origem no Oceano Glacial Ántártico e alarga-se à medida que se dirige para Norte, chegando a atingir cerca de 300 km de largura ao largo de Benguela. O ponto de encontro dos oceanos Atlântico Sul e Índico é também onde a Corrente Fria de Benguela encontra a Corrente Quente da Agulhas, ao largo do Cabo da Boa Esperança, resultando este encontro numa mistura atribulada de àguas e ventos quentes e frios, cuja diversidade dá lugar a uma instabilidade acentuada de clima, e a uma fauna marinha abundante e variada de peixes, aves marinhas e mamíferos marinhos. Contudo, o impacto da Corrente Fria de Benguela na costa de Angola é manifestado pelas condições desérticas da Costa dos Esqueletos e do Costa do Namibe, e semi-áridas a sul de Benguela, e dos nevoeiros persistentes ao largo da costa meridional angolana.

Sistemas de Ventos

Os Ventos Alíseos são ventos do sudeste nas regiões tropicais e sub-tropicais do Atlântico Sul. Os Alíseos são ventos muito uniformes, soprando quase todo o ano na mesma direcção SE-NW com intensidade moderada. A Corrente Fria de Benguela alimenta os ventos alíseos do Atlântico Sul, determinando assim o clima árido da costa meridional angolana, e a existência dos desertos do namibe e do Kalahari.

Numa perspectiva histórica, devido ainda à acção da Corrente Fria de Benguela e dos Ventos Alíseos, era extremamente difícil aos navios veleiros viajar no sentido Norte-Sul ao longo da costa de Angola, obrigando os navios a tomaram uma rota muito larga quase tocando a costa brasileira ao sul do Rio de Janeiro e depois rumando directamente para leste em direcção ao Cabo da Boa Esperança, o que resultou na esquadra de Pedro Álvares Cabral ter avistado a costa brasileira, e consequentemente ter descoberto oficialmente o Brasil em Maio de 1500.

Pluviosidade

Temperatura

Humidade

Evaporação

Radiação Solar

5.8 - Fauna e Vida Marinha

A fauna de Angola é uma amostra da fauna africana. Com uma variedade de clima e vegetação tão grandes, encontramos assim em Angola uma grande variedade de animais. Em termos gerais, a fauna angolana reparte-se em fauna de savana, de floresta, de montanha e de deserto.

Assim, na região a norte do Cuanza, e ao abrigo das florestas equatorial, tropical, e de galeria, encontramos o macaco, o chimpanzé (na floresta do Maiombe, em Cabinda), a pantera, as aves de pluma brilhante, o jacaré e o cavalo-marinho.

Na savana (nas anharas do Leste e nas chanas das Terras do Fim-do-Mundo) encontramos os grandes herbívoros como o elefante, o rinoceronte, o hipopótamo e o búfalo, a pacaça, a girafa e a zebra, a gazela, o antílope, a palanca e a cabra-de-leque. Por sua vez, a maioria destes herbívoros servem de alimento aos carnívoros como o leão, o leopardo e a onça, a hiena, o mabeco, o lince, e a raposa.

No deserto do Namibe encontramos uma variedade grande de animais XXX

5.9 - Vegetação e Florestas

5.10 - Protecção à Natureza

5.11 - Doenças Endémicas

5.12 - Resenha Histórica da Demografia de Angola

5.13 Economia Angolana